Aroeira é uma árvore considerada também planta medicinal quando da espécie aroeira vermelha, também chamada de aroeira-da-praia, aroeira mansa, corneíba, aroeira-pimenteira, poivre-rose, almecegueira, lentisco ou rasteira mole. O seu nome científico é Schinus terebinthifolius Raddi, da família das Anacardiaceae e é nativa da América do Sul, natural do Brasil de Pernambuco a Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul e também encontrada no Uruguai, na Argentina e no Paraguai.

A planta medicinal não deve ser confundida com as aroeiras bravas ou brancas, outras árvores que, se consumidas, causam efeitos colaterais de alergia, como a urticária, edemas e eritemas. A Aroeira chega a medir até 10 metros de altura e dá pequenas flores e frutos vermelhos, semelhantes a uvas pequenas. Seu maior meio de consumo é através do chá, mas também por gargarejos, banhos ou compressas. As partes utilizadas são as folhas, cascas ou sementes da planta.

Benefícios da Aroeira

A aroeira é utilizada terapeuticamente para tratar principalmente infecções ginecológicas e da garganta, como sífilis, tosse, bronquite e febre. Também é usada para artrite, reumatismo, úlceras, azia, gastrite, diarreia ou cistite.

Isso é feito na medicina popular porque a aroeira possui propriedades de ação adstringente, balsâmica, anti-inflamatória, antifúngica e antibiótica, diurética, tônica e cicatrizante. Também se acredita que ela pode ser antidiarreica, antileucorreica e purgativa, o que auxilia nas gastroenterites tanto por bactérias, como Salmonela, quanto por fungos como Cândida, ou mesmo por protozoários.

Função Balsâmica

Já na sua função balsâmica são suas folhas utilizadas frequentemente para uso externo a fim de curar feridas na pele, infecções cutâneas ou erisipela. É feito um chá com suas folhas e este é aplicado em compressas quentes na região afetada. Da mesma forma, as compressas são aplicadas nos casos de doenças reumáticas, como artrite, de distensão de tendões ou as dores ciáticas e gota. Pode-se utilizar de massagens e banhos quentes além das compressas.

Chá

O chá, feito em infusão ou decocção, é mais utilizado para ajudar o tratamento de doenças do trato urinário e problemas com os órgãos digestivos, como a diarreia, a cistite, entre outras.

Creme

Um último uso ainda é feito a partir do creme de aroeira comercializado, sendo indicado para as infecções cutâneas em geral, com propriedades antissépticas para problemas superficiais como: espinhas, micoses e frieiras, alergias e inflamações de picadas de insetos.

Como Fazer o Chá de Aroeira

A parte mais utilizada para o chá de aroeira são as cascas, e as outras partes da planta são utilizadas para preparar banhos. Para o uso interno do chá, pode-se preparar uma Infusão de aroeira, que é útil em problemas de estômago.

Adicionar 100 gramas do pó da casca de Aroeira, comprado em lojas de produtos naturais, para cada litro de água fervente. É possível adoçar a infusão com uma colher de açúcar ou adoçante. O ideal é tomar pelo menos 3 colheres de sopa por dia.

Também pode ser feita uma decocção com 3 ou 4 pedaços de casca de aroeira, o que equivale de 20 a 30 g, para cada litro de água, por 15 minutos. Depois de esfriar, coar a solução e guardá-la na geladeira. Pode ser consumida em até um dia.

Uso Externo

Já para o uso externo, o chá pode servir para banhos de aroeira ou massagens a fim de aliviar sintomas de reumatismo e de problemas de pele. Para preparar o chá para banhos, se deve cozinhar de 20 g a 25 g de cascas de aroeira em 1 litro de água, e esperar ferver por 5 minutos. Depois disso, pode coar e esperar que a infusão fique morna para tomar banho ou aplicar em massagens. A aroeira só não está indicada para quem tem a pele muito sensível.

História Cultural da Aroeira

A aroeira foi utilizada no período colonial pelos portugueses jesuítas que preparavam o “Bálsamo das Missões”, famoso no Brasil e no exterior, com a resina da árvore. Também está nos registros históricos o uso de aroeira nas religiões candomblés jêje-nagôs, tanto a árvore comum quanto a aroeira-vermelha, que é conhecida pelos nomes de “àjóbi oilé” e “àjóbi pupa”.

O uso nessas religiões é também medicinal, para feridas, inflamações e como antirreumático, ou num uso durante os rituais de sacrifícios de animais quadrúpedes em ebós, e em sacudimentos.

Acredita-se ser uma planta associada aos Orixás, pois suas características seriam correspondentes às características de Ossain, Ogun e Exu, nas classificações das narrativas míticas do candomblé.  Nos mitos se diz que pela manhã a aroeira é pertencente a Ogun e pela tarde pertence a Exu. E para Ossain, a aroeira é utilizada na sua vestimenta.

Veja também: Suplemento de Ferro

Foto: Forest & Kim Starr