Pode ser assustador ter uma cólica na gravidez, já que milhões de coisas passam pela cabeça. Mas a maioria das mulheres experimentará algumas dores, afinal, o corpo está mudando a cada dia. E vamos combinar né, não é tão fácil carregar um bebê crescendo em sua barriga. Hoje vamos descobrir o que é normal, o que não é e como saber a diferença.

Obs: talvez possa ajudar saber que a cólica é um sintoma comum, espécie de reposta do útero a praticamente qualquer coisa que esteja acontecendo com ele ou próximo dele.

O que é a Cólica?

O útero é um músculo e a única coisa que um músculo sabe fazer é se contrair. Uma contração é sentida como se fosse uma cãibra e a qualquer momento o útero pode ser estimulado, seja por uma bexiga cheia, um exercício mais puxado ou qualquer outra coisa. Assim, a resposta natural da estimulação do útero é a contração. O importante é descobrir quando a cólica na gravidez é uma preocupação e quando não exige maiores cuidados1.

O Que Pode Causar Cólica na Gravidez?

Alguns fatores que podem desencadear cólica na gravidez são:

  • Ficar com bexiga cheia;
  • Ter um orgasmo;
  • Praticar exercícios físicos;
  • Ter relações sexuais;
  • Infecções no trato urinário.

Cólica no Início da Gestação é Normal?

A cólica no início da gestação é comum. E a boa notícia é que existem muitas razões normais e não preocupantes pelas quais uma mulher pode sofrer com cólicas no início da gestação:

Primeiro trimestre – para algumas mulheres, a cólica na gravidez pode ser o primeiro sinal de que elas estão grávidas. Isso porque, é comum sentir cólica quando o óvulo fertilizado se implanta na parede uterina. São as chamadas cólicas de implantação ou nidação2 e podem parecer uma menstruação prestes a começar.

O rápido crescimento do útero nos dois primeiros trimestres também pode provocar cólica na gravidez. Além disso, a variação dos níveis hormonais a todo instante gera um aumento dos gases, inchaço e até constipação.

A maioria das mulheres terá suaves e intermitentes cólicas na gravidez durante as primeiras 16 semanas. Uma preocupação que muitas mulheres têm quando experimentam essas cólicas no início da gravidez é a de estarem sofrendo um aborto espontâneo. Mas as cólicas em si não são um sinal de aborto espontâneo e elas também não causam um aborto espontâneo.

Geralmente, os abortos espontâneos ocorrem quando há um desenvolvimento anormal no ovo ou embrião (como anormalidades cromossômicas) e o corpo responde eliminando a gravidez.

Segundo trimestre – normalmente, o segundo trimestre é o período em que as cólicas são menos prováveis, assim como outros sintomas desconfortáveis.

Porém, uma exceção são as mulheres grávidas de mais de um bebê, já que o útero cresce bem rapidamente e atinge proporções do terceiro trimestre ainda no segundo trimestre.

Outra exceção comum é a dor do ligamento redondo do útero3, que ocorre quando esse ligamento que suporta o útero é esticado à medida que o mesmo cresce. Esse tipo de dor benigna é geralmente rápida e afiada.

Uma causa mais séria, mas também mais rara de cólicas no segundo trimestre são os miomas. Essa condição é caracterizada pelo crescimento de tumores benignos dentro e nas paredes externas do útero.
Os tumores podem parar de crescer no segundo trimestre devido à insuficiência de sangue para sustentar este crescimento. Quando isso acontece, a dor é bastante forte e preocupante. Geralmente, é algo que ocorre entre 15 e 18 semanas de gravidez e qualquer mulher que tenha uma história de miomas na família deve ficar atenta, pois pode ser preciso internamento hospitalar para administrar a dor efetivamente até que ela passe.

Terceiro trimestre – no terceiro trimestre é quando as famosas contrações de treinamento (Braxton Hicks) costumam aparecer4. Estas são as mesmas contrações que a mulher experimentará quando o trabalho de parto for iniciado, mas a diferença é que elas não vão avançar para ele.

Claro que quando as cólicas ocorrem no terceiro trimestre, ou mesmo no segundo, é importante descartar a possibilidade de se estar caminhando para um trabalho de parto prematuro.

Quando a Cólica na Gravidez Não é Preocupante?

Nas relações sexuais – a relação sexual é uma das causas mais comuns de cólica na gravidez. Isso porque o sêmen contém prostaglandinas que estimulam o útero.

Sem dúvida, ter relação sexual é um ótimo método para relaxar, mas as mulheres grávidas experimentarão muitas vezes após o ato essas cólicas, que podem ser bem fortes. Sentir cólica logo após uma relação sexual pode ser normal. Porém, se a mulher foi diagnosticada com placenta baixa ou apresenta sangramento, a orientação médica é que ela não tenha relações sexuais. Nesses casos, é aconselhável conversar com um médico.

Na Mudança de posição – se sentir cólica na gravidez e ao mudar de posição ela melhorar, não se preocupe! Geralmente, isso é um sinal de que a cólica está relacionada ao alongamento do útero ou dos seus ligamentos de apoio.

Antes de ir ao banheiro – se a mulher sentir cólica mas ao soltar um pum ou ir ao banheiro essa cólica passar, é provável que estivesse relacionada a um problema gastrointestinal ao invés do útero.

Quando Se Preocupar com a Cólica na Gravidez

  • Várias contrações seguidas – se sentir 6 ou mais contrações em uma hora, pode ser sinal de parto prematuro;
  • Tontura e sangramento – cólicas acompanhadas de tontura ou sangramento (especialmente se a gestação ainda não foi confirmada com um ultrassom) pode ser sinal de uma gravidez ectópica. O sangramento também pode ser um sintoma de aborto espontâneo ou placenta prévia, uma condição em que a placenta cobre o colo do útero;
  • Corrimento rosa – cólica com esse tipo de corrimento é um sinal sério de trabalho de parto prematuro, porque pode significar que seu comprimento cervical está mudando;
  • Cólicas persistentes – quando se está grávida de múltiplos (o que aumenta o risco de parto prematuro), tem antecedentes de parto prematuro ou gravidez ectópica ou foi diagnosticada com um colo acostumado baixo, o sintoma pode ser preocupante;
  • Dor nas costas ou abdominal – se esta dor é intensa e associada a cólicas, náuseas, vômitos e / ou febre. Estes podem ser sintomas de apendicite, cálculos renais ou doença da vesícula biliar;
  • Dor que não melhora – se a cólica na gravidez não melhora ao longo do tempo ou com a mudança de posição, então esse é um motivo para se preocupar.

Como Aliviar a Cólica na Gravidez

O primeiro conselho é se desligar, descansar e beber bastante líquido. Se precisar de alívio da dor é importante consultar um médico para saber certinho qual remédio tomar.

Não use bolsa térmica no abdômen, pois aumentar a temperatura do útero é perigoso durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre. Reduzir a atividade física, fazer alongamentos e pausas sentadas ao longo do dia pode ajudar. As cólicas tendem a ser piores depois de longos períodos em uma mesma posição. Tomar um banho quente e relaxante todas as noites antes de ir para a cama também é uma boa ideia.

O uso de cinta de sustentação para a barriga também pode oferecer algum conforto contra a cólica na gravidez. É recomendado uma cinta elástica com velcro simples, usada sob a barriga e ajustável, não muito restritiva. E o mais importante: você sempre deve se sentir à vontade para entrar em contato com seu médico quando houver preocupações em relação à cólica na gravidez. Como eu sempre digo: é melhor pecar pelo excesso!

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