Brasileiros ainda estão com medo

Novembro de 2020, estudo feito pelo Trocando Fraldas com mais de 11.800 mulheres entre 8 e 12 de outubro de 2020: O Brasil segue como o segundo país com o maior número de óbitos por coronavírus registrados no mundo, atrás apenas do Estados Unidos. É também o terceiro em número de casos, abaixo dos EUA e da Índia, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Desde as últimas semanas de outubro, o número de mortes tem diminuído em relação ao pico atingido no final de julho, quando eram registrados mais de mil óbitos por dia. Mesmo assim, o medo da população continua. Conforme constatamos em nosso mais recente estudo, 63% dos brasileiros ainda têm medo de contrair Covid-19.

Você tem medo de contrair o coronavírus?


Por que tanta gente com medo?

Um dos motivos que podem ser considerados como explicação para o alto percentual de medo de infecção é o percentual de infectados. Dentre os entrevistados, somente 12% responderam que já foram acometidos pelo vírus. Ou seja, pelo menos 88% das pessoas podem estar suscetíveis a serem infectadas.

Você já contraiu o coronavírus?

  • Roraima, é o estado que registra o maior percentual de infectados, com 30% da população.
  • Já em São Paulo, e no Rio de Janeiro, pelo menos 11% responderam já terem sido acometidos pelo vírus. Enquanto, pelo menos 63% têm medo de ser infectado.
  • O estado com o menor percentual de infectados, é Minas Gerais, com 6% dos participantes. Sendo que 65% da população tem medo de contrair o vírus.

Efeitos negativos da pandemia

Durante uma pandemia, como essa do coronavírus, as mortes são inevitáveis e entre os participantes, pelo menos 25% deles perderam um amigo ou parente para a Covid-19.

  • No Amapá, pelo menos 44% dos entrevistados perderam algum parente ou amigo.
  • No Rio de Janeiro, 30% passaram pela dor da perda durante a pandemia.
  • Já em São Paulo, 23% da população perdeu um amigo ou parente próximo.
  • Os estados com os menores percentuais são Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, com 17%, 16% e 14% respectivamente.

Ranking dos Estados que as pessoas perderam algum parente ou amigo

  • 1.Amapá
  • 2.Roraima
  • 3.Amazonas
  • 4.Maranhão
  • 5.Pará
  • 6.Mato Grosso
  • 7.Rio de Janeiro
  • 8.Rondônia
  • 9.Ceará
  • 10.Goiás
  • 11.Piauí
  • 12.Alagoas
  • 13.Distrito Federal
  • 14.Espírito Santo
  • 15.Rio Grande do Norte
  • 16.Pernambuco
  • 17.Tocantins
  • 18.Acre
  • 19.Bahia
  • 20.São Paulo
  • 21.Paraíba
  • 22.Sergipe
  • 23.Mato Grosso do Sul
  • 24.Minas Gerais
  • 25.Santa Catarina
  • 26.Paraná
  • 27.Rio Grande do Sul

O medo ainda vai continuar até 2021

Uma das soluções para diminuição do medo da população, é sem dúvida a vacina para Covid-19, que já está sendo testada em vários países. Porém, ainda existem algumas incertezas sobre sua disponibilidade para os brasileiros. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) espera que a vacina comece no Brasil até março de 2021.

Até lá, o medo vai continuar, e conforme constatamos em nosso estudo, o medo de se infectar é ainda maior entre as pessoas que já tiverem algum parente acometido, 74% delas. Além disso, as mulheres têm mais medo de pegar o vírus, 63%, do que os homens 51%.


Medo por estado

  • Conforme demonstram os dados, o estado em que os participantes têm mais medo de se infectar é o Piauí, com 75% dos participantes.
  • No Rio de Janeiro e em São Paulo, 66% e 63% têm medo, respectivamente.
  • Santa Catarina é o estado em que as pessoas têm menos medo de serem infectadas, com 53%.

Índice de brasileiros que têm medo de se infectar


Método de Pesquisa

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 11.800 pessoas de 8 à 12 de outubro de 2020. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.

As seguintes questões foram abordadas:

  • Você já contraiu o coronavírus?
  • Você tem medo de contrair o coronavírus?
  • Você perdeu um parente ou amigo para o coronavírus?

Para efeitos de comprar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para "sim" e 0 para "não". Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.