Incidência, dificuldade de diagnóstico e consequências

Novembro de 2021, estudo feito pelo Trocando Fraldas com mais de 5.000 mulheres entre 11 e 14 de outubro de 2021: As variações de humor durante a gestação são normais, pois são resultado das alterações dos níveis hormonais que a mulher sofre nesta fase. Porém, se estas variações se mantiverem por semanas ou meses, a mulher deve conversar com seu obstetra para avaliar a situação e verificar se pode estar com depressão. Pois, a depressão na gestação pode resultar em desinteresse pela gravidez e trazer consequências para o bebê.

E conforme constatamos em nosso mais recente estudo, 8% das brasileiras têm ou tiveram depressão durante a gestação. Além disso, 11% das mulheres têm ou tiveram depressão pós-parto, e 5% tiveram depressão nas duas fases.

Você teve depressão durante a gravidez ou pós-parto?


Mudanças e adaptações

A gravidez é um período de mudanças rápidas no corpo e no humor da mulher. Além da alta sensibilidade, há toda uma expectativa, positiva ou negativa, acerca da ideia de ter um filho. É impossível não pensar no futuro e ter preocupações nesse momento.

Muitas podem ser as razões para desencadear um quadro de depressão na gravidez. Algumas mulheres têm predisposição à depressão, outras se encontram em uma conjuntura de falta de apoio familiar ou médico, de desentendimentos com o companheiro, de solidão, e, principalmente, de gravidez indesejada.

Por isso, é preciso ter muita atenção. A depressão, principalmente durante a gestação, deve ser tratada o quanto antes, para que não traga riscos para a futura mãe e também para o bebê.

  • As mulheres mais jovens, dos 18 aos 24 anos, são as mais acometidas pela depressão durante a gestação, com 10% das participantes.
  • Já a depressão pós-parto é mais comum entre as mulheres dos 35 aos 39 anos, com 15% das entrevistadas.
  • 7% das mulheres dos 40 aos 44 anos têm ou tiveram depressão nas duas fases, pré e pró-parto.

Diagnóstico médico

Existem alguns sintomas que podem ajudar na identificação da depressão, seja no pré, ou pós-parto. Portanto, é importante ficar de olho em sintomas como: tristeza profunda, irritabilidade, desânimo e falta de energia, movimentos e pensamento lento, graves alterações de humor, excesso de sono ou insônia e falta de apetite.

Por isso, a mulher não deve esconder nada do seu médico, para que o diagnóstico possa ser facilitado. E conforme constatamos no estudo, 35% das brasileiras com depressão foram diagnosticadas por um médico. Sobretudo as mulheres dos 35 aos 39 anos com 42% das participantes.

Você recebeu um diagnóstico médico?

  • O estado com o maior número de diagnósticos é Roraima, com 67% das participantes.
  • Já em São Paulo e no Rio de Janeiro, 32% e 31% respectivamente, foram diagnosticadas por um médico.
  • E o estado com o menor percentual de diagnósticos médicos é o Sergipe, com 11% das mulheres.

Impacto no relacionamento com o(a) filho(a)

Um estudo feito pelo Instituto de Psiquiatria e Neurociência do King's College London, no Reino Unido, e publicado na revista científica Psychoneuroendocrinology, revela que os bebês de mães que tiveram depressão na gestação são mais sensíveis. Se mostraram mais hiperativos, chorosos e produziram cortisol em circunstâncias que as demais crianças encaram com normalidade.

Além desta sensibilidade, verificamos também que 20% das brasileiras acreditam que a depressão impactou o relacionamento com o seu/sua filho(a). Principalmente as mulheres dos 18 aos 29 anos.


Ranking dos estados que brasileiras sentiram a relação impactada com seu/sua filho(a)

  • 1.Roraima
  • 2.Acre
  • 3.Mato Grosso
  • 4.Sergipe
  • 5.Ceará
  • 6.Tocantins
  • 7.Goiás
  • 8.Pernambuco
  • 9.Amazonas
  • 10.Pará
  • 11.Rondônia
  • 12.Maranhão
  • 13.Distrito Federal
  • 14.São Paulo
  • 15.Bahia
  • 16.Rio Grande do Norte
  • 17.Piauí
  • 18.Rio Grande do Sul
  • 19.Santa Catarina
  • 20.Minas Gerais
  • 21.Espírito Santo
  • 22.Paraíba
  • 23.Alagoas
  • 24.Rio de Janeiro
  • 25.Paraná
  • 26.Mato Grosso do Sul
  • 27.Amapá

Índice de brasileiras que têm ou tiveram depressão no pré e/ou pós-parto, por estado


Método de Pesquisa

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 5.000 mulheres entre 11 e 19 de outubro de 2021. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.

As seguintes questões foram abordadas:

  • Você teve depressão durante a gravidez ou pós-parto?
  • Você recebeu um diagnóstico médico?
  • Você compartilhou ou compartilha as dificuldades da gestação em redes sociais ou com terceiros?

Para efeitos de comparar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para "sim" e 0 para "não". Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.