Estudo: Gravidez na Adolescência

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontaram, em 2018, que o Brasil possui o maior índice de gravidez na adolescência entre os países da América Latina. Alagoas é o estado que representa o índice mais alarmante de grávidas com 15 anos. Coincidentemente, trata-se do estado com o maior índice de analfabetismo do Brasil, de acordo com o IBGE, onde apenas 33,7% das pessoas de 25 anos de idade ou mais concluíram, ao menos, a educação básica obrigatória.

Para analisar os dados com um contexto mais atualizado e, com o objetivo de identificar as consequências na vida destas mães tão jovens, como oportunidades profissionais, apoio familiar e suporte do pai da criança, o Trocando Fraldas elaborou este estudo a fim de retomar o assunto, mas com uma análise mais profunda do impacto que estes números, quando confirmados, podem causar.

Perguntas

As seguintes questões foram abordadas:

  1. Em qual estado você mora?
  2. Você teve filhos com 18 anos ou antes?
  3. Com quantos anos teve o primeiro filho?
  4. Você acha que foi cedo demais?
  5. Você utilizava algum método anticoncepcional?
  6. Você conseguiu terminar o ensino médio?
  7. Você considera sua gravidez na adolescência uma desvantagem profissional?
  8. Você pôde contar com o apoio familiar para cuidar da criança?
  9. O pai da criança cuida da criança?
  10. Você ainda continua num relacionamento com o pai da criança?

Resultados

Para efeitos de comparar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para "Sim" e 0 para "Não".

Os resultados podem ser observados por meio dos gráficos a seguir:

Com quantos anos teve o primeiro filho?


  • O maior índice por faixa etária de meninas que engravidaram precocemente está na idade de 18 anos.
  • Garotas de 18 anos foram as que demonstraram fazer menos uso de métodos anticoncepcionais, com 31%. Por outro lado, meninas com 13 anos foram as que demonstraram fazer mais uso de métodos anticoncepcionais, com 51%.

Acha que foi cedo demais?


  • Sobre achar que engravidou cedo demais, predominou com "sim" o grupo de meninas que engravidaram aos 14 anos.
  • 64% das que acharam ter engravidado muito cedo, tiveram apoio da família após o parto.

Você utilizava algum método anticoncepcional?


  • 69% da faixa etária de 18 anos não fazia uso de anticoncepcional.
  • O estado do Amapá liderou o índice de meninas que menos utilizavam métodos anticoncepcionais. Por outro lado, o estado de Roraima, na mesma região, demonstrou que as entrevistadas faziam mais uso de métodos contraceptivos, com 67%

Você conseguiu terminar o ensino médio?


  • 45% das grávidas que não tiveram apoio do pai da criança conseguiram terminar o ensino médio.
  • 48% das gestantes que não contaram com o apoio da família, não conseguiram concluir o ensino médio.

Considera a gravidez na adolescência uma desvantagem profissional?


  • 60% das que responderam não ter sido prejudicada profissionalmente, terminaram o ensino médio.
  • Apenas 35% das que se sentiram prejudicadas puderam contar com o apoio familiar após o parto.

O pai da criança cuida da criança?


  • Das mães que não tiveram o apoio do pai, 44% é representada pelas meninas que engravidaram aos 14 anos.
  • A maioria das que puderam contar com o pai, está na faixa etária dos 18 anos.

Você ainda continua num relacionamento com o pai da criança?


  • Maioria que continuou o relacionamento com o pai da criança está na faixa dos 18 anos, com 67%.
  • Meninas que engravidaram aos 14 anos demonstraram ser a maioria que não manteve o relacionamento com o pai do bebê.

Índice por estado das gestantes que puderam contar com o apoio do pai após descobrir a gestação na adolescência:


  • Alagoas demonstrou ser o país em que as mães menos podem contar com os pais. Coincidentemente, é o estado que mais predomina com os altos índices de gravidez entre adolescentes.

Método de pesquisa

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com quase 1500 entrevistadas no período de 29 de julho a 2 e agosto 2019. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.