No pré-natal, é comum haver muitas mulheres se queixando de vulvovaginites e doenças sexualmente transmissíveis, que são doenças infecciosas que atingem a região genital feminina. Uma das mais comuns é a gonorreia. Saiba como identificar e tratar essa doença na gravidez.

A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada por uma infecção pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, e se caracteriza pela presença abundante de pus na área afetada. A bactéria pode atingir qualquer mucosa apenas pelo contato pele a pele: principalmente nos órgãos genitais, mas também na garganta, olhos ou articulações.

A principal forma de contaminação nas mulheres é através do sexo vaginal, oral e anal sem camisinha, ou por meio de objetos contaminados usados durante a relação. Se o companheiro da mulher estiver infectado e passar a doença para a parceira, os dois deverão ser tratados ao mesmo tempo e evitar relações sexuais até que estejam curados.

Mesmo depois de ter sido tratada a doença, a mulher pode voltar a contraí-la caso entre em contato de novo com alguém infectado pela bactéria responsável pela doença.

Sinais da Gonorreia

Os sintomas da gonorreia podem variar dependendo da área infectada. Nos casos mais comuns, de infecção na vagina, colo do útero ou uretra, os sintomas mais recorrentes são o corrimento purulento, ardência e dor ao urinar, sangramento e dor durante o sexo. Se a infecção for anal, é mais provável sentir coceira na região, e dor ao fazer cocô.

Porém, muitas vezes gonorreia não causa nenhum sintoma na mulher durante algumas semanas ou meses, principalmente se a infeção estiver localizada no colo do útero.

Principais Sintomas

Ao aparecerem os sintomas, os mais frequentes são:

  • Ardor ao urinar
  • Necessidade frequente de urinar
  • Coceira e ardor na vagina
  • Corrimento vaginal com pus
  • Dor abdominal intensa
  • Dor de garganta (quando a infecção é na garganta)
  • Dor e sangramento nas relações sexuais
  • Febre e mal-estar geral (quando a infeção evolui e atinge as trompas e os ovários)
  • Sangramentos vaginais fora da menstruação

Efeitos da Gonorreia na Gravidez e Parto

As mulheres que sofrem de gonorreia na gravidez podem ter certas consequências. O índice de aborto involuntário em pacientes com gonorreia é maior. Também há o risco de infecção do líquido amniótico (transmitindo a doença para o bebê), de parto prematuro e de “ruptura prematura de membranas” (quando a bolsa de água, de líquido amniótico, é rompida). No entanto, ao procurar um médico e o tratamento adequado, o risco de surgirem esses problemas é reduzido.

Caso a gonorreia não seja tratada até a hora do parto, a gestante poderá passar a bactéria ao bebê. Nesses casos, pode ocorrer uma infecção externa, chamada de conjuntivite gonocócica, sobretudo no bebê que nasce de parto normal, já que ele passa através da vagina onde existem as secreções infectadas e este contato aumenta muito a chance de infecção.

Se não for feito o tratamento adequadamente ou se o diagnóstico for muito tardio, podem surgir até complicações graves na mulher, como a infertilidade.

Gonorreia Tem Cura?

Sim! Para tratar a gonorreia na gestação, os médicos receitam antibióticos à grávida para serem tomados por um período de tempo que pode variar de acordo com o tipo e a gravidade da infecção. Geralmente, se a doença for detectada ainda no início da gravidez, e a área afetada não tiver evoluído para além da região genital, o tratamento mais utilizado é somente uma dose única do antibiótico, sem riscos para o bebê.

Como a gonorreia pode causar complicações à saúde da mulher gestante e do bebê, é importante levar o tratamento à risca e que o parceiro também seja tratado. O casal nessa situação deve evitar relações sexuais enquanto a infecção não estiver tratada, além de se adotar o uso de preservativos ao longo da gravidez.

Medicamentos para Tratamento da Gonorreia

Algumas opções de antibióticos para gonorreia são os seguintes:

  • Penicilina;
  • Ofloxacina;
  • Tianfenico granulado;
  • Ciprofloxacina;
  • Ceftriaxona intramuscular;
  • Cefotaxima;
  • Espectinomicina.

IMPORTANTE: O uso de antibióticos não deve ser feito por conta própria. Consulte o seu médico e somente compre o remédio em farmácias autorizadas com a retenção da receita médica.

Para complementar o tratamento medicamentoso da gonorreia, uma receita natural é beber o chá de cardo santo, enriquecido com óleo de copaíba. Isso porque tanto o cardo santo quanto a copaíba possuem propriedades antibióticas naturais, auxiliando no combate de infecções bacterianas como a gonorreia. O chá de Jaborandi também é outra boa dica de tratamento.

Outra coisa que pode ajudar é adotar uma alimentação com menos produtos industrializados, rica em líquidos e composta de alimentos naturais diuréticos e depurativos do sangue. Evitar os condimentos e outros que causem irritação, como o próprio leite de vaca, é muito importante para evitar a dor na uretra durante a micção, por exemplo.

Gonorreia – Dados e Prevenção

Para evitar contrair a gonorreia durante a gravidez, é muito importante que as futuras mães se preservem nas relações sexuais durante a gestação, utilizando métodos de barreira, como a camisinha, com os parceiros sexuais. O uso desse método não só ajuda a prevenir a gonorreia na gravidez, como também inúmeras outras doenças sexualmente transmissíveis que oferecem riscos à gestação.

O risco de transmissão da infecção pela bactéria da gonorreia é superior a 90%, e o fato de algumas mulheres serem assintomáticas não muda os riscos na gravidez. Mesmo no caso de homens assintomáticos, a doença deles não deixa de ser transmitida às mulheres parceiras, devendo ser igualmente tratado.

Os cuidados ainda devem ser redobrados no caso das mulheres que fazem uso do Dispositivo Intrauterino (DIU), pois há o risco de infecções silenciosas e alastramento da gonorreia assintomática às trompas e aos ovários.

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Foto: JenniferBayers