Muitas mulheres tentam engravidar durante anos, e como não conseguem começa a desgastante maratona de exames, porém, um problema que é bem pouco falado é a Luf. Você sabe o que significa? A Luf (síndrome do folículo não roto)1 pode ser um problema silencioso que incomoda e muito na hora em que se está tentando engravidar. Agora, como saber se tem essa síndrome?

Primeiro vamos entender melhor a Luf, os ovários iniciam o trabalho quando a mulher menstrua. O corpo diz ao cérebro que já menstruou e esse por sua vez estimula a glândula pituitária para fabricação do FSH2. Esse por sua vez faz a conexão com os ovários. Assim ele faz o estímulo inicial para amadurecimento do óvulo. Os óvulos começam a crescer e ai o estrogênio entra em cena para fazer o suporte desse crescimento e também do endométrio. Ao final do crescimento folicular, o LH é liberado e ai faz a liberação do óvulo ou dos maduros se forem mais de um a chegar ao ponto apropriado para a fecundação. Para quem tem a Luf, o problema está justamente neste momento, o folículo não se rompe.

Mesmo ele não rompendo, inicia-se o processo de luteinização do “corpo lúteo”. Esse seria formado apenas com a saída do óvulo, mas mulheres que apresentam a Luf tem todos os sintomas de uma pós ovulação, com exceção da ovulação propriamente dita, e sem ela não ocorrerá a gravidez. As células do óvulo passam a estimular a secreção de progesterona, e ai os níveis hormonais pós período fértil são absolutamente normais aos olhos clínicos. O motivo para esse não rompimento não é específico. Cogita-se a hipótese de deficiência de LH, de resistência da película que envolve o óvulo, mas não se sabe ao certo o que causa a Luf.

Como Diagnosticar e Tratar a Luf?

O problema está quando o casal quer engravidar e por diversos métodos sabe-se que está tudo ok com a saúde. A gravidez não acontece e os níveis hormonais estão todos dentro da normalidade. Como detectar a Luf então? Somente através de ultrassom.

LUF

Síndrome do folículo não roto pode pegar o casal de surpresa.

Por meio da ultrassonografia os folículos não rotos e também secretores podem ser visualizados, porém para diagnosticar a síndrome, a mulher deve repetir o exame em outros ciclos para confirmação. Se confirmada, a Luf tem tratamento não se preocupe. Basta fazer a monitoração dos ciclos com ultrassom seriada. Sabe-se que o folículo já se rompeu pois o tamanho do cisto folicular reduz drasticamente, podemos dizer que ele murcha.

Não será necessário induzir a ovulação, basta acompanhar o crescimento do folículo e ai quando esse estiver no tamanho ideal, aplicar a medicação para ajudar no rompimento. Alguns médicos aconselham ir direto para a inseminação ou fiv, porém há relatos de mulheres com Luf que engravidaram apenas com esse procedimento simples de aplicação de Ovidrel ou Choriomon. Porém alguns profissionais acostumados com esse problema, dizem que a maneira mas efetiva de se conseguir a gravidez em tempo menor, é a Icsi ou Fiv.

A Luf é uma das forma de anovulação, porém mais difícil de ser diagnosticada já que o período se dá normalmente, sem atrasos e com sinais da ovulação. O muco secretado durante o período fértil é visto até mesmo todas as dores da ovulação estão presentes. O detalhe mais importante desse período não acontece, a ovulação em si. Faz muito tempo que tenta engravidar e nada acontece? Então peça todos os exames hormonais e ultrassonográficos para o seu médico. O normal é que um casal fértil e saudável engravide em um ano. Se a gravidez não acontecer neste prazo então, se sugere que o casal faça exames mais precisos e aprofundar a investigação.

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Foto: Adrian Wiggins